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terça-feira, 27 de abril de 2010

Cirandas nas Escolas: arte e educação popular potencializando o protagonismo juvenil na promoção da saúde Raimundo Félix de Lima, Vera Lúcia de Azevedo Dantas, Regiane Rezende, João Soares da Silva Filho, Elias José da Silva Cirandas nas Escolas surge como um dos desdobramentos das ações das Cirandas da Vida em Fortaleza, na perspectiva de superação das situações geradoras de violência percebidas no contexto escolar. Ao mesmo tempo, as rodas das Cirandas da Vida desvelaram potencialidades locais para a superação de tais situações limite, fruto da resistência popular. A aproximação das Cirandas com o espaço escolar tem acontecido desde o início da proposta, através da participação de estudantes e professores nas rodas que, em muitos momentos aconteceram dentro do próprio espaço físico das escolas. Essas questões apontaram para a relevância de inserir a proposta pedagógica das Cirandas da Vida no contexto do projeto político-pedagógico de 18 escolas municipais de Fortaleza. Ancorado nas linguagens da arte, reflete e valoriza as potencialidades de atores e grupos juvenis que, abrangendo as diversas regiões de Fortaleza, constitui-se como espaço de produção de saberes e sentidos, a partir dos quais consideramos a possibilidade de promover a ampliação da percepção de seres humanos enquanto sujeitos criativos e afetivos, bem como propiciar a participação popular e o protagonismo infanto-juvenil na promoção da saúde e da qualidade de vida. As linguagens da arte arrogam-se como espaço de aprendizagens e reflexões críticas para revelar as várias dimensões da questão estudada desse modo coletivo. A partir de um processo formativo inicial, as ações nas escolas principiaram sob o protagonismo de artistas-educadores e cirandeiros responsáveis por região, apoiados no acompanhamento dos gestores das escolas, dos distritos de saúde e educação, além dos diversos atores envolvidos nos processos formativos do Sistema Municipal de Saúde Escola de Fortaleza. O processo recém iniciado em 15 escolas públicas municipais tem envolvido algumas linguagens da arte como a música, o teatro, a dança e o hip hop através do grafitti e do rap e tem como ponto de partida a reconstituição da história de luta e resistência da escola sob o olhar de seus vários atores e a problematização das situações limite tais como a violência, cidadania, adolescência, interação escola e família, gravidez na adolescência, drogas, trabalho infantil, entre outras, vivenciadas através das linguagens da arte. A caminhada evidencia a necessidade de rediscutir a proposta com o conjunto dos atores na perspectiva de maior apoio da escola e inserção na proposta pedagógica, assim como fortalecer a interface com a unidade de saúde e com outros setores que potencializem a inclusão de outras ações e políticas sociais para o contexto da comunidade. Com singularidades e desafios regionais, o processo caminha no sentido de experimentar a riqueza da construção coletiva, onde os vários atores e atrizes/sujeitos, (comunitários e institucionais), implicados no processo podem constituir-se sujeitos históricos em todos os momentos da sua construção. Palavras chave: protagonismo juvenil – arte – educação popular